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O Surdo e a sociedade

Se você já leu as páginas: História, O Pinieiro, FDSSC, saberá que sou deficiente auditivo e portanto, sou conhecedor profundo das mazelas e alegrias que acercam o mundo surdo. 

Eu nasci e cresci junto à comunidade surda, onde a minha primeira comunicação com o mundo foi a linguagem gestual (LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais).

E, o meu contato com o idioma Língua Brasileira, deu-se aos 07 anos. Imaginem vocês uma criança com deficiencia auditiva em escola regular, sem o menor contato com a oralização ou vocalização. E aliado a isto a discriminação e os chamados bullyng. Não no perímetro da escola, mas fora dela, rumo à moradia. O que dava aproximadamente uns 3 quilometros. Imaginem o sofrimento de uma criança que vivia isolada e que sofria perseguições, quase que diariamente,  por ser assim e pior ter pais surdos literalmente.

Entretanto, quanto mais era perseguido, mais eu me aliava às leituras, pois, precocemente, percebi que se desejasse algum tipo de arma, ela teria de advir do conhecimento que os livros me davam.

Pois bem esse minúsculo relato, retratou-se na década de 60 e no entanto, observa-se que pouco ou nada mudou em relação a educação e o comportamento da sociedade em relação aos surdos.

Hoje possuo 58 anos e bem vividos, sem ranços ou sentimentos de ódio e/ou vingança. Não!

O que busco são alternativas que busquem um consenso para maturar a sociedade num todo, visando a permissivade do surdo no contexto social sem que ele seja olhado como alguém de outro mundo, ou alguém para se temer. O que eu quero e exijo é respeito às diferenças!

Não saímos em passeatas, não promovemos badernas, não somos marginais. Somos sim pessoas honestas, trabalhadoras, alegres e que pleiteia nada mais, nada mesmo do que esta: - a de exigir o que está inscrito na  Constituição Federal : - IGUALDADE, FRATERNIDADE e o DIREITO DE IR E VIR.

Hoje, vejo com pesar, tem-se o ensino paliativo à educação do surdo, os empregos estão abaixo do nível que eles merecem. Tratam os surdos com desprezo disfarçado, discriminam, não lhes permitem a participação social fora do ambiente do trabalho de forma sutil.

E sarcásticamente dizem: - São surdos, como vamos nos entender?

É irritante ou não? 

É deprimente a ausência da sabedoria na imensa maioria. E o pior é que se julgam "inteligentes" Isso é bizonho, para não dizer ridículo.

Uso uma frase sempre pertinente: - O SÁBIO JULGA-SE IGNORANTE E O IGNORANTE JULGA-SE SÁBIO!

Não concordas?