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Ações da Petrobras sobem 6% na expectativa por ...

Ações da Petrobras sobem 6% na expectativa por reajuste da gasolina.


atualizado | 29-11-2013 | 17:31:55 | JornaldoSurdo



Conselho de Administração da petroleira está reunido desde a manhã desta sexta na capital paulista; entre os temas discutidos está a proposta de reajuste automático do preço da gasolina e do diesel

O ministro da Fazenda Guido Mantega durante coletiva, em São Paulo anunciando o crescimento do PIB

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, também é presidente do Conselho da Petrobras (Hélvio Romero/Estadão Conteúdo)

O reajuste dos preços da gasolina e do diesel ainda não foi anunciado pela Petrobras, mas já impactou o preço de suas ações. O papel preferencial da estatal (ações sem direito a voto) avançava 2,63%, a 19,15 reais, às 16 horas desta sexta-feira, enquanto as ações ordinárias, que dão ao acionista o poder de voto em assembleias, avançavam 4,46%, a 18,52 reais. Durante o pregão, o papel ON chegou a subir quase 6%. O índice Ibovespa avançava 0,66%, a 52.187 pontos às 16 horas.

O aumento dos preços na bomba deve ser anunciado ainda nesta sexta, após a reunião do Conselho de Administração da estatal, em São Paulo. O mercado aguarda uma alta entre 5% e 6% para a gasolina e 10% para o diesel. A expectativa é de que o governo anuncie o reajuste, mas não aprove (ainda) o programa de variação automática do preço da gasolina desenhado pela diretoria da Petrobras e apresentado ao Conselho em meados de outubro.

Conflito - O tema divide a equipe econômica e a direção da estatal. Por isso será arbitrado pela presidente Dilma Rousseff, que dirigia o conselho da companhia no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Até o início da noite de quinta-feira, no entanto, não havia indicação de que Dilma apoiaria o pedido da estatal por um novo mecanismo automático de aumento dos combustíveis.

Causou irritação no Palácio do Planalto e no Ministério da Fazenda a opção da presidente da Petrobras, Graças Foster, de informar a investidores que a estatal vinha brigando por uma fórmula que assegurasse reajustes periódicos. O mercado vem punindo a empresa pela falta de clareza na política de preços e as ações chegaram a cair mais de 6% esta semana. Quando anunciou que estudava um novo mecanismo, as ações subiram 9,83%.

Ao arbitrar a questão, Dilma terá do outro lado da balança a visão do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que teme o impacto de reajustes nos índices de inflação. O chefe da equipe econômica aposta no controle estatal de preços como estratégia aliada a aumentos de juros pelo Banco Central. E a inflação promete continuar em patamar elevado no ano que vem, como aposta a ampla maioria do mercado consultado semanalmente pelo BC.

Encontro — Nos últimos dias, o governo evita o tema publicamente. Não quer que divergências internas contaminem o noticiário e o humor dos investidores. Esse cenário, porém, já contamina os mercados financeiros. A pressão do câmbio sobre seu endividamento e importação de combustíveis, a necessidade de manter seu plano de investimentos de 236 bilhões de dólares até 2017 e iniciar a operação do campo de Libra no pré-sal representam fatores de forte pressão no caixa da estatal. Diante da incerteza sobre o reajuste dos combustíveis, investidores preferem vender ações da companhia a aguardar o desfecho da questão.

Em janeiro, o governo autorizou um aumento de 6,6% no preço da gasolina e em 5,4% no diesel. Em março, o diesel foi elevado em 5%.

Fontes no governo indicam que há chance de um novo aumento na casa de 5% para a gasolina e de 10% para o diesel. Da mesma forma, fontes do Palácio do Planalto indicam que Dilma queria um caminho intermediário entre Mantega e o pleito da Petrobras, porque concorda com a necessidade de dar maior previsibilidade a investidores.

Um mecanismo de reajuste automático, no entanto, é visto como "indexação" pela presidente e está praticamente descartado.

Economistas argumentam que o represamento de preços pode prejudicar a inflação no futuro, porque não haveria espaço financeiro para a Petrobras arcar indefinidamente com gasolina e diesel comprados em dólar e vendidos em reais a preços muito discrepantes.


com o Estadão Conteúdo