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Petrobras não representa ameaça à segurança e sim

Petrobras não representa ameaça à segurança e sim ativo de petróleo, diz Dilma sobre espionagem.


atualizado | 09-09-2013  18:15:10 | JornaldoSurdo



Em nota oficial divulgada nesta segunda-feira (9), a presidente Dilma Rousseff reagiu às denúncias de que a Petrobras teria sido espionada pela NSA, a agência de segurança americana.

"Agora, o alvo das tentativas, segundo a denúncia, é a Petrobras, maior empresa brasileira. Sem dúvida, a Petrobras não representa ameaça à segurança de qualquer país. Representa, sim, um dos maiores ativos de petróleo do mundo e um patrimônio do povo brasileiro."

A NSA espionou, além da própria presidente Dilma Rousseff, a Petrobras, o setor de infraestrutura do Google e a diplomacia francesa, segundo reportagem exibida neste domingo (8) no programa "Fantástico", da Rede Globo.

A reportagem foi produzida em parceria com o jornalista norte-americano Glenn Greenwald, que obteve documentos ultrassecretos repassados por Edward Snowden, ex-agente da NSA, atualmente asilado na Rússia.

Na nota, a presidente não explica quais medidas deverão ser tomadas pelo governo brasileiro, mas critica os Estados Unidos. "Tais tentativas de violação e espionagem de dados e informações são incompatíveis com a convivência democrática entre países amigos, sendo manifestamente ilegítimas. De nossa parte, tomaremos todas as medidas para proteger o país, o governo e suas empresas."

Esta é a segunda reportagem exibida pelo jornal que foi feita em parceria com o Greenwald. A primeira, exibida há uma semana, mostra que os EUA espionaram a presidente Dilma Rousseff. Em entrevista ao UOL, Greenwald afirmou que "o Brasil é o grande alvo" da espionagem norte-americana.

Na semana passada, durante o encontro do G20, Dilma se reuniu com o presidente dos EUA, Barack Obama, e, segundo ela, cobrou explicações detalhadas da suposta espionagem.

Os documentos revelados na reportagem deste domingo são de uma apresentação da NSA para novos agentes, realizada em junho de 2012. Nela, a agência explica como é feita a espionagem a determinadas empresas e órgãos.

A Petrobras aparece logo no início da apresentação, junto com a infraestrutura do Google, a diplomacia francesa e a rede da Swift, cooperativa que reúne alguns dos principais bancos de dezenas de países. Os nomes de outras instituições espionadas foram apagados na mesma apresentação da NSA.

A apresentação mostra ainda que foi criada uma pasta com o nome da Petrobras, em função da grande quantidade de informações que a NSA dispõe, o que indica que a estatal está sendo espionada há algum tempo. Os documentos não mostram o conteúdo que teria sido espionado.

A espionagem foi feita na rede privada de computadores da Petrobras, que contém informações sigilosas sobre a estatal, a maior empresa do país, com faturamento anual superior a R$ 281 bilhões.

Leia abaixo a íntegra da nota oficial da presidente:

"Mais uma vez, vieram a público informações de que estamos sendo alvo de mais uma tentativa de violação de nossas comunicações e de nossos dados pela Agência Nacional de Segurança dos EUA. Inicialmente, as denúncias disseram respeito ao governo, às embaixadas e aos cidadãos – inclusive a essa Presidência. Agora, o alvo das tentativas, segundo as denúncias, é a Petrobras, maior empresa brasileira. Sem dúvida, a Petrobras não representa ameaça à segurança de qualquer país. Representa, sim, um dos maiores ativos de petróleo do mundo e um patrimônio do povo brasileiro.

Assim, se confirmados os fatos veiculados pela imprensa, fica evidenciado que o motivo das tentativas de violação e de espionagem não é a segurança ou o combate ao terrorismo, mas interesses econômicos e estratégicos.

Por isso, o governo brasileiro está empenhado em obter esclarecimentos do governo norte-americano sobre todas as violações eventualmente praticadas, bem como em exigir medidas concretas que afastem em definitivo a possibilidade de espionagem ofensiva aos direitos humanos, a nossa soberania e aos nossos interesses econômicos.

Tais tentativas de violação e espionagem de dados e informações são incompatíveis com a convivência democrática entre países amigos, sendo manifestamente ilegítimas. De nossa parte, tomaremos todas as medidas para proteger o país, o governo e suas empresas."


com o Uol