Putin cobra dos EUA provas de ataque químico na Síria.
atualizado | 31-08-2013 | 18:09:13 | JornaldoSurdo
Presidente russo classificou as denúncias como 'provocação daqueles que querem envolver outros países no conflito sírio' e assegurar o apoio dos EUA
O presidente russo, Vladimir Putin, em Vladivostok: 'Afirmar que o governo sírio usou armas químicas é absurdo total'(Alexei Nikolsky/AFP)
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, cobrou dos Estados Unidos provas de que Bashar Assad, o ditador sírio, seja responsável pelo ataque com armas químicas no subúrbio de Damasco em 21 de agosto. Para o russo, a acusação contra o regime sírio é um "absurdo total". Esta é a primeira reação pública de Putin sobre a posição da Casa Branca, que se mostra convencida da responsabilidade de Assad no massacre de mais de 1.400 pessoas.
"Em uma situação em que o Exército sírio estava em posição ofensiva, cercando a oposição em várias regiões (...), afirmar que o governo sírio usou armas químicas é um absurdo total", declarou Putin em Vladivostok, no extremo-oriente russo. "Isso vai contra toda a lógica", insistiu.
"Estou convencido de que isso não passa de uma provocação daqueles que querem envolver outros países no conflito sírio e assegurar o apoio de atores internacionais poderosos, em primeiro lugar, o dos Estados Unidos", considerou.
O presidente russo pediu que Washington forneça as provas que diz ter em mãos, ressaltando que "a interceptação de conversas não pode servir de base para a tomada de decisões fundamentais, em especial sobre o recurso à força contra um estado soberano".
"Nossos amigos americanos afirmam que as tropas governamentais [sírias] utilizaram (...) armas químicas e dizem ter provas. Então, que as mostrem aos investigadores das Nações Unidas e ao Conselho de Segurança", declarou à imprensa.
Os Estados Unidos e a França estão determinados a lançar uma ação contra o regime sírio, com o presidente Barack Obama citando uma ação militar "limitada". Do outro lado, Moscou acusa os rebeldes de usar armas químicas para desacreditar o governo.
Putin também elogiou a decisão "inesperada" dos deputados britânicos, que votaram contra uma intervenção militar na Síria, desejada pelo governo do primeiro-ministro David Cameron.
"Isso significa que, mesmo na Grã-Bretanha - embora seja o principal aliado geopolítico dos Estados Unidos - há pessoas que são guiadas por interesses nacionais, pelo bom senso e que defendem a soberania", declarou o presidente russo.
"Para mim, isso foi totalmente inesperado (...) Todo o mundo está acostumado a ver a sociedade ocidental aceitar tudo, sem maiores questionamentos, conforme os desejos do seu principal parceiro, os Estados Unidos", ressaltou.
com a Veja