Cooperativa de presidiários oferece trabalho a ...

Cooperativa de presidiários oferece trabalho a mensaleiros


atualizado | 05-12-2013 | 20:52:15 | JornaldoSurdo



Trio petista formado por José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares receberam proposta de emprego.

A Cooperativa Sonho de Liberdade, composta por 80 presidiários, formalizou nesta quinta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) oferta de emprego para três condenados no escândalo do mensalão: o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares.

Nos documentos encaminhados à Corte, assinados por Jomateleno dos Santos Teixeira, a instituição avalia o perfil de cada um dos três mensaleiros e propõe salários bem longe dos 20 000 reais almejados por Dirceu quando pediu para trabalhar como gerente de hotel, com salário de 20 000 reais. Para o ex-chefe da Casa Civil, o cargo oferecido é o de administrador da parte de fabricação de artefatos de concreto, com salário de 75% do mínimo – ou seja, 508,50 reais.

No caso de José Genoino, cujo estado de saúde embasou pedido de prisão domiciliar, a proposta de emprego é para costurar bolas de futebol. Sgundo a entidade, a atividade “não obrigará nenhum esforço físico”. A remuneração do mensaleiro seria de 5 reais por bola produzida. Na documentação apresentada ao STF, a cooperativa ressalta que suas instalações, em Brasília, são próximas a uma farmácia popular e a um posto de socorro conveniado ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Delúbio Soares também recebeu uma oferta. Ao ex-tesoureiro, que pretende trabalhar na Central Única dos Trabalhadores (CUT) por 4 500 reais mensais, a cooperativa ofereceu o cargo de assistente de marcenaria e os mesmos 508,50 reais mensais. De acordo com a entidade, apesar da experiência do mensaleiro em finanças, ele não seria “confiável” para ocupar uma função administrativa que envolvesse os recursos da entidade. “[Delúbio] não demonstrou a nosso ver nenhuma habilidade em outras funções senão a de tesoureiro do partido político local, onde se constatou não ser de confiança. Não podemos alocá-lo em um cargo administrativo com acesso às finanças da cooperativa e, por este motivo, lhe ofereceremos o cargo de assistente de marcenaria com a remuneração de 75% do salário mínimo”, diz o documento.

Em todos os casos, os mensaleiros receberiam vale-transporte da Penintenciária da Papuda até a cooperativa, refeição no local de trabalho e a garantia da instituição de que não seriam discriminados. “Os reeducandos não serão discriminados, já que a cooperativa é composta de 80 encarcerados, todos do regime aberto ou semiaberto, grande parte já em adiantado estágio de ressocialização, que certamente acolherão os recém-chegados sem qualquer tipo de preconceito”, diz a entidade nas ofertas de emprego enviadas nesta quinta-feira ao STF.


 

com a Veja