Brasil e Alemanha vão pressionar ONU a adotar resolução por privacidade na internet.
atualizado | 25-10-2013 | 13:31:05 | JornaldoSurdo
Brasil e Alemanha estão pressionando a ONU a adotar uma resolução que promova o direito à privacidade na internet, o que seria a primeira grande medida internacional para por fim à espionagem promovida pela Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, em inglês). A informação é da revista Foreign Policy.
De acordo com a publicação, diplomatas brasileiros e alemães se encontraram na quinta-feira (24), em Nova York, para discutir um plano que expande para a internet o direito à privacidade já previsto no Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, assinado em 1966, anos antes da popularização da web.
O documento que está sendo escrito pelos dois países não deve mencionar diretamente os Estados Unidos e seu programa de espionagem. Mas está claro que a medida está sendo tomada após denúncia de que a NSA monitorou conversas telefônicas da chanceler alemã, Angela Merkel, e da presidente brasileira, Dilma Rousseff.
Brasileiros e alemães esperam que a resolução proposta seja votada pelo comitê de direitos humanos da Assembleia Geral da ONU ainda neste ano.
Merkel teria sido espionada a partir da embaixada dos Estados Unidos em Berlim, segundo o jornal Süddeutsche Zeitung, que cita documentos divulgados por Edward Snowden, ex-consultor da NSA, origem de uma série de revelações sobre as atividades de espionagem dos Estados Unidos no mundo.
caso da suposta espionagem do telefone celular de Angela Merkel pelos serviços de inteligência dos Estados Unidos irritou a Alemanha. A chanceler alemã disse na quinta-feira em Bruxelas, onde participa em uma reunião de cúpula europeia, que pediu explicações ao presidente Barack Obama sobre as revelações.
"Os amigos não devem ser espionados. A confiança deve ser restabelecida", disse Merkel.
Nesta sexta-feira (25), o jornal britânico "The Guardian" traz em sua manchete a denúncia de que os EUA teriam espionado 35 líderes mundiais.
Segundo a reportagem, a NSA incentiva funcionários da Casa Branca, do Departamento de Estado e do Pentágono a informar os números de telefones de líderes e, assim, montar uma agenda telefônica para facilitar a espionagem. O jornal não especifica quais líderes teriam sido espionados.
Com agências internacionais