Real foi a moeda que mais se valorizou desde agosto, diz BC.
atualizado | 23-10-2013 | 16:25:40 | JornaldoSurdo
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta quarta-feira (23), em Cingapura, que o real teve a maior valorização em relação ao dólar entre 19 países desde que o BC começou a atuar no mercado de câmbio, com leilões de dólares.
Moeda | Valorização frente ao dólar americano |
Real (Brasil) | 12% |
Dólar (Nova Zelândia) | 8% |
Dólar (Austrália) | 7,2% |
Rúpia (Índia) | 5,1% |
Rand (África do Sul) | 4,5% |
Zloty (Polônia) | 4,3% |
Libra esterlina (Reino Unido) | 3,6% |
Rublo (Rússia) | 3,4% |
Coroa (Noruega) | 3,2% |
Euro | 2,4% |
Franco (Suíça) | 2,4% |
Dólar (Canadá) | 2,1% |
Peso (Chile) | 2% |
Coroa (Suécia) | 2% |
Peso (Colômbia) | 1,7% |
Peso (México) | 0,8% |
Lira (Turquia) | 0,7% |
Iene (Japão) | 0,5% |
Rúpia (Indonésia) | 0,2% |
- Fonte: Bloomberg/BC
Tombini apresentou uma tabela mostrando que o real se valorizou 12% em relação ao dólar desde o dia 22 de agosto, quando foi anunciado o programa de intervenções diárias no câmbio promovido pelo BC.
Ele ressaltou ser bem sucedido o programa de leilões de swap cambial e de venda de dólares com compromisso de recompra. Para ele, as intervenções contribuíram para conferir previsibilidade na oferta de dólares aos agentes econômicos durante o período atual de transição na economia internacional.
O presidente do BC apresentou um panorama sobre a economia brasileira e oportunidades de investimentos para mais de 70 investidores em Cingapura. O BC elevou neste mês a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual a 9,5% ao ano, e indicou que deve manter esta política econômica para combater a alta dos preços.
A prévia da inflação oficial de outubro mostrou aceleração para 0,48%, acima do esperado e pressionado por preços de alimentos. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) em 12 meses
Segundo a assessoria, Tombini afirmou que o crescimento da economia brasileira tem se materializado de forma gradual, destacando o desempenho da produção de bens de capital, ligados ao investimento.
Ele elencou ainda as reformas realizadas pelo governo para ampliar a produtividade e a competitividade da economia brasileira, o programa de investimento em logística, com concessões de aeroportos, rodovias, portos e ferrovias, bem como as oportunidades no âmbito da exploração do pré-sal.
E acrescentou que o fortalecimento da confiança das empresas e das famílias, que mostra recuperação no período mais recente, também favorece a trajetória econômica.
Intervenções no câmbio
O Banco Central anunciou, em 22 de agosto, que passaria a fazer leilões de venda de dólares diariamente até o fim do ano, em uma tentativa de segurar a alta da moeda norte-americana.
Nesse período, o BC pode injetar até US$ 60 bilhões no mercado. É a maior intervenção desse tipo desde o auge da crise internacional, em 2008.
Até então, o BC fazia intervenções esporádicas no mercado, sempre que considerava necessário. De janeiro até agora, as intervenções do BC já somam US$ 40 bilhões.
O BC faz leilões de venda de dólares em uma tentativa de segurar a tendência de alta da moeda norte-americana. Com mais dólares sendo ofertados, o preço da moeda tende a cair.
Leilões em dias programados
De segunda a quinta-feira, o BC fará leilões de swap --equivalentes à venda de dólares no mercado futuro. Serão ofertados US$ 500 milhões por dia.
Já às sextas-feiras serão realizados leilões de linha --venda de dólar no mercado à vista com compromisso de recompra-- de até US$ 1 bilhão.
Outros leilões podem ser feitos se o BC considerar necessário, informou a autoridade monetária.
Com Reuters