Na véspera de nova negociação salarial, greve dos bancários cresce, diz sindicato.
atualizado | 09-10-2013 | 21:45:56 | JornaldoSurdos
A greve dos bancários encerra seu 21º dia nesta quarta-feira (9). De acordo com o sindicato dos trabalhadores, a paralisação se intensifica na véspera de nova rodada de negociação com a Fenaban (sindicato patronal).
Em São Paulo, 762 locais de trabalho aderiram a greve (sendo 753 agências bancárias e 9 centros administrativos). Ontem, 558 locais não abriram. O sindicato ainda informou que 24 mil trabalhadores ficaram de braços cruzados nesta quarta-feira.
Já o Comando Nacional dos Bancários revelou que, em todo país, 12.136 agências, centros administrativos e call centers de bancos privados e públicos não abriram. Ontem, 11.748 haviam aderido à paralisação.
Os bancários pedem reajuste salarial de 11,93%, sendo 5% de aumento real. A primeira oferta dos bancos, em setembro, foi 6,1% de reajuste. Na sexta-feira passada, em nova proposta, aumentaram a correção para 7,1%. Ambas foram rejeitadas pelos trabalhadores.
Na quinta-feira (10), a partir das 10 horas, a Fenaban se reunirá com os representantes dos bancários para apresentar nova proposta.
IMPACTO DA GREVE
Enquanto os bancários e a Fenaban não chegam a um acordo, a greve, que já se arrasta por 21 dias, segue atrapalhando a vida e os negócios dos brasileiros.
Devido à paralisação, o comerciante Matias Nunes, 26 anos, não conseguiu, ainda, compensar 17 cheques, cada um no valor de aproximadamente R$ 190. Sem isso, segundo conta, não consegue limpar seu nome, que consta em cadastros de restrição ao crédito.
"Para mim essa greve é grave. Sou comerciante e estou com nome sujo. Estou tendo que usar o nome da minha mulher", diz. Hoje, Nunes foi à agência do Banco do Brasil, na zona norte, e foi informado que o serviço não poderia ser feito.
A diretora escolar, Andrea Zink, 43, também relatou problemas por não poder acessar o serviço bancário. "Ontem fiz um depósito e ainda não caiu na minha conta. Vou viajar no sábado para os EUA e preciso do dinheiro para comprar dólares", diz.
Já a preocupação da dona de casa Ione Santos, 67, é de que suas jóias --penhoradas na Caixa-- sejam leiloadas por não conseguir renovar a hipoteca, que venceu um dia antes de a greve começar. "Preciso pagar para evitar o leilão".
Embora em muitos casos as lotéricas sejam a alternativa para realizar serviços bancários, isso não quer dizer que o consumidor não será afetado. O aposentado José Navareno, 73, conta que teve que fazer duas viagens para pagar suas contas hoje. "Tive que passar no caixa eletrônico do banco primeiro para sacar dinheiro e depois vim para a lotérica", explica. Também foi preciso enfrentar uma longa fila na lotérica.
Segundo Sincoesp (Sindicato dos Lotéricos de São Paulo) a greve dos bancários aumentou o volume atendimento das lotéricas em São Paulo em 50%, na primeira semana de outubro.
O QUE FAZER
Durante todo o período de greve, o autoatendimento nos caixas eletrônicos continua funcionando normalmente.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
CONTAS EM ATRASO
As próprias concessionárias de serviço público costumam inserir os juros e as multas na conta do mês seguinte.
No caso dos títulos de cobrança --condomínio, escola, academia, financiamentos-- a orientação da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) é pedir ao cedente do título um novo boleto já com os valores atualizados ou fazer o pagamento pelo Débito Direto Autorizado (DDA).
O DDA é um serviço de apresentação eletrônica de boletos bancários, que permite ao cliente realizar o pagamento de boletos eletronicamente.
Caso o boleto seja do próprio banco e a agência estiver fechada, o pagamento pode ser feito no site do banco. Lá, é possível solicitar nova via de boleto em atraso, mesmo para pessoas que não são correntistas.
Basta acessar o serviço de atualização de boleto, na página inicial do banco emissor do título de cobrança. Em seguida inserir a numeração do código de barras do boleto, o site irá gerar um novo boleto para pagamento.
Com o boleto atualizado, é possível pagá-lo pelos canais alternativos do banco.
com a Folha de S.Paulo