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Aliança entre Marina e Campos força Planalto a ...

Aliança entre Marina e Campos força Planalto a reavaliar estratégia de Dilma.


atualizado | 07-10-2013 | 15:29:08 | JornaldoSurdo



Assessores da presidente dizem que ela apostava em um voo solo da ex-senadora pelo PPS e que aliança PSB/Rede dá carisma à chapa

A presidente Dilma Rousseff durante cerimônia de sanção da lei que destina recursos dos royalties do petróleo para educação e saúde, no Palácio do Planalto

Estratégia: Dilma terá de reforçar imagem para embate com Marina Silva e Eduardo Campos (Celso Junior/Reuters)

O Palácio do Planalto já reavalia a estratégia para a sucessão presidencial de 2014 após o anúncio, no sábado, da aliança entre a ex-senadora Marina Silva e governador de Pernambuco, Eduardo Campos - ambos agora no PSB. Petistas que integram o primeiro escalão da presidente Dilma Rousseff acreditam que ela terá de reforçar a tática de construção da imagem de realizadora.

A ideia é se opor ao perfil "sonhático" da ex-ministra do Meio Ambiente, que deverá integrar a chapa presidencial do PSB com Campos. Um ministro de Dilma chega a brincar que ela terá de ser apresentada como a "realizática".

A parceria entre Marina e Campos, dois ex-ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva, pegou de surpresa integrantes do governo Dilma. Os assessores do Planalto dizem que a presidente apostava que, sem ter conseguido registrar a Rede Sustentabilidade na Justiça Eleitoral por falta de assinaturas de apoio, Marina sairia candidata pelo PPS.

No acordo com Campos, ainda não está claro quem será o cabeça da chapa. Apoiadores tanto de Marina quanto de Campos dizem que a ex-ministra aceitaria integrar a aliança como vice. No anúncio em Brasília, Marina afirmou que pretendia "adensar o projeto de uma candidatura já posta".

 

No Planalto e no PT, a avaliação é de que Marina leva para o palanque de Campos o carisma e também o problema de um discurso contra os investimentos em infraestrutura. Agora, a chapa informal PSB/Rede terá de mostrar como é possível garantir o crescimento da economia com a visão "sustentável" de Marina, diz um auxiliar da presidente.

Outro problema, segundo esse assessor, é a pressão dos aliados de uma possível candidata a vice que tem um nome mais conhecido do que o do próprio Campos - nas pesquisas de intenção de voto, Marina está logo atrás de Dilma, enquanto o governador de Pernambuco aparece bem abaixo, sem atingir dois dígitos na preferência do eleitorado.

O discurso ambiental, área de Marina, será moldado para que o governo passe a impressão de preocupação ecológica sem, no entanto, ficar paralisado. Nas avaliações feitas pelo PT, Dilma é imbatível no discurso social, mas há preocupação com a recomposição da base no Nordeste, área de Campos.


com Estadão Conteúdo