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Sem registro, cubanos ficam à toa, ganham presente

Sem registro, cubanos ficam à toa, ganham presentes e causam frustração.


atualizado | 24-09-2013 | 09:31:38 | JornaldoSurdo



Já instalados nos municípios onde irão atuar nos próximos três anos mas ainda sem o registro de trabalho, médicos cubanos passaram a segunda-feira (23) dando entrevistas, visitando postos de saúde, acertando detalhes burocráticos com prefeituras e até recebendo presentes.

Em Brejo da Madre de Deus (PE), além de visitas a unidades de saúde, o casal de cubanos Alberto Vicente, 43, e Teresa Rosales, 47, ganhou da prefeitura um celular e duas bicicletas de presente.

A ausência deles nos postos acabou frustrando alguns pacientes do município, a cerca de 200 km do Recife.

A estreia dos profissionais no país estava marcada para ontem, mas embate judiciais entre os conselhos regionais de medicina e o governo federal levaram a mais um atraso _a estreia antes estava prevista para a semana passada.

  Apu Gomes/Folhapress  
A médica cubana Tania Sosa, 45, (de roupa roxa) visita a casa da paciente acompanhada por enfermeira; profissional vai trabalhar em posto em Pedreira
A médica cubana Tania Sosa, 45, (de roupa roxa) visita a casa da paciente em SP acompanhada por uma enfermeira

Dos 681 profissionais do Mais Médicos formados no exterior (sendo 400 cubanos), apenas 39 tinham recebido o registro de trabalho dos conselhos de medicina até o último final de semana.

"Disseram que ia ser a partir de hoje [ontem]. Mas pelo menos a gente tem certeza de que agora vai ter médico, não é? Espero que a situação melhore bastante", afirmou a aposentada Severina Pereira, 65, que procurou o posto de saúde no distrito de São Domingos na manhã de ontem.

Ela sofre com as varizes e queria a opinião do cubano.

A costureira Maria Jucicleide Cristóvão, 28, também sentiu o adiamento da estreia dos profissionais do Mais Médicos, do governo federal.

Ela ouviu na rádio que haveria médico e achou que seu filho, José Emerson, de 2 meses, teria uma primeira consulta, já que há mais de um ano os únicos profissionais do posto são enfermeiras e agentes de saúde.

Desde que nasceu, o bebê vomita todo o leite que toma.

"Vou ter que levar na policlínica. Se não tiver pediatra, vou ter que levar na rua [sede da cidade, a 30 km do distrito onde vive]", afirmou.

Para chegar à cidade, Jucicleide teria que escolher entre sacrificar ainda mais o orçamento da casa ou expor o filho ao perigo-- as opções para o deslocamento são moto (R$ 6) e táxi (R$ 12).

No interior de SP e também sem registros de trabalho, as cubanas Tania Sosa, 45, e Silvia Blanco, 44, usaram o dia para conhecer os postos de saúde, participar de solenidades e atender a imprensa.

Pela manhã, em Pedreira (137 km ao norte de SP), Tania foi recepcionada por prefeito, secretários e vereadores e participou de uma entrevista que contou com televisões da China e da França e com a mídia regional.

Já Silvia Maria, em Santo Antônio de Posse (138 km ao norte de São Paulo), atendeu a imprensa pela manhã e se reuniu com as equipes da Secretaria Municipal de Saúde e do posto de saúde à tarde.


com a Folha de S.Paulo