Inflação acelera alta para 0,24% em agosto pressionada pela alta do dólar
atualizado | 06-09-2013 | 09:33:04 | JornaldoSurdo
A inflação oficial do país ficou em 0,24% em agosto, ante alta de 0,03% em julho, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (6). Em 12 meses, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumula alta de 6,09%, próximo ao teto da meta do governo, que é de 6,5%.
A alta de quase 15% do dólar no ano atrapalhou a tendência de queda da inflação em agosto, o que pode dar impulso a um ciclo mais longo de aumento dos juros no Brasil.
Os preços de artigos de residência apresentaram o mais alto resultado de grupo, com 0,89%, após ter registrado 0,28% em julho. Produtos como computadores e televisores subiram após o dólar atingir o maior nível em quase cinco anos no mês passado, segundo analistas.
INFLAÇÃO ACUMULADA EM 12 MESES
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Fonte: IBGE
Leite longa vida é novo vilão da inflação
O leite longa vida (alta de 3,75% no mês), mesmo com alta inferior a julho (5,06%), liderou o ranking dos principais impactos do mês, junto com a refeição consumida fora, que foi de 0,21% para 0,76%.
Quanto aos produtos em queda no mês, a cebola ficou 22,84% mais barata, o mais expressivo impacto para baixo, com –0,04 ponto percentual.
BC diz que é preciso ficar vigilante com a política monetária
O Banco Central (BC) vinha contando com essa tendência para ajudar a diminuir a inflação abaixo do nível do ano passado, quando encerrou em 5,8%.
Ontem, na ata do Copom (Comitê de Política Monetária), o BC afirmou que "em momentos como o atual, a política monetária deve se manter especialmente vigilante, de modo a minimizar riscos de que níveis elevados de inflação como o observado nos últimos doze meses persistam no horizonte relevante para a política monetária".
O BC também tem subido os juros desde abril, mas com a recente alta do dólar muitos analistas passaram a prever um ciclo mais longo de aperto monetário.
A mediana das projeções na pesquisa Focus do BC mostra a Selic a 9,5% no fim do ano, ante 9% atualmente. Mas algumas instituições como o Deutsche Bank já preveem juros em dois dígitos ainda em 2013.
Com Reuters