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Brasil evita fim do protecionismo

Brasil evita fim do protecionismo


atualizado | 04-09-2013 | 14:50:49 | JornaldoSurdo



A delegação brasileira, ao lado da argentina, impediu nesta quarta-feira (04) que os negociadores do G20 aprovassem texto adiando para 2016 o fim da chamada "cláusula stand-by", pela qual as principais economias do planeta se comprometem a não adotar novas medidas protecionistas e a eventualmente suspender as que foram introduzidas na esteira da crise econômica de 2008/09.

A cláusula constou da primeira cúpula do G20, em 2008, e foi repetida nas seis cúpulas seguintes. Mas, agora, na oitava cúpula, brasileiros e argentinos se recusaram a aceitar nova prorrogação.

Negociadores de outros países estranharam a posição brasileira, justo no momento em que um brasileiro, Roberto Azevêdo, assume a direção-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), entidade dedicada a entronizar o livro comércio no planeta.

A resistência brasileira foi assim explicada: a cláusula fazia sentido em 2008, quando ainda se apostava na conclusão da Rodada Doha de liberalização comercial. Se a rodada de fato terminasse, os mecanismos protecionistas seriam, em tese, automaticamente desmantelados.

Então, era preciso evitar novas barreiras conjunturais, no momento em que a recessão da época tornava as tendências protecionistas mais evidentes e mais fortes.

Agora que Doha é dada como virtualmente morta, não faria mais sentido impedir que cada país use os instrumentos que considerar necessários para defender sua economia.

O que torna o argumento mais curioso é que o Brasil, em vez de recorrer ao protecionismo, derrubou tarifas de importação, mas o veto agora indicaria que um certo ânimo protecionista permanece latente no governo.


Folha de S.Paulo