Governo propõe criação de sindicato de bancos para concessões.
atualizado | 27-08-2013 | 20:33:23 | JornaldoSurdo
O governo propôs aos bancos privados e públicos que formem um sindicato para financiar as concessões de infraestrutura e disse que assumirá parte dos riscos desses projetos.
A medida, como informou a Folha, é uma tentativa de garantir dinheiro abundante e com a menor taxa possível para os consórcios participarem das licitações.
Segundo secretário de acompanhamento econômico do Ministério da Fazenda e presidente do Conselho de Administração da Caixa Econômica Federal, Antonio Henrique Silveira, a criação do sindicato foi discutida nesta terça-feira, na reunião do ministro da Fazenda, Guido Mantega com os presidentes de bancos privados e públicos em São Paulo.
De acordo com Silveira, a expectativa é que daqui a 15 dias haja uma proposta mais estruturada de formulação do grupo, que poderia atuar, de forma separada ou conjunta, em todas as concessões de projetos de logística, e não só de ferrovias.
O governo está criando o Fundo Garantidor de Infraestrutura (FGIE), com recursos de R$ 11 bilhões e ligado à Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e de Garantias (ABGF), para mitigar parte dos riscos das concessões.
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"Os bancos financiarão projetos na forma de sindicatos", afirmou ele. "Não existe discussão sobre o governo eliminar todos os riscos", declarou o secretário após a reunião.
BNDES
Mais cedo, ao chegar para participação em audiência pública no Senado, em Brasília, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, havia dito que o banco público não irá assumir riscos de bancos privados no financiamento de concessões e que o modelo de empréstimo é igual a qualquer outro já utilizado pelo banco.
"O que se deseja é um processo normal de compartilhamento de riscos entre todos os envolvidos em um projeto", disse Coutinho.
Segundo Silveira, a estrutura que está sendo desenhada para a formatação do sindicato de bancos poderá valer já para o leilão de rodovias em setembro. Deverão ser colocados à venda nove lotes rodoviários.
INVESTIMENTOS
O governo está na reta final de negociação da forma de financiamento das concessões, que somam investimentos de US$ 470 bilhões. Além das rodovias, também estão previstas concessões de ferrovias, portos e aeroportos.
"Em geral, um projeto de financiamento constitui uma cooperativa, um sindicato de financiadores onde cada um assume a sua parte", comentou.
Apesar dos incentivos oferecidos, porém, os bancos estão céticos em relação ao sucesso dos leilões de ferrovias, porque, avaliam, o principal problema não é o custo de financiamento, mas a falta de interesse de potenciais operadoras.
Companhias que dependem das ferrovias para escoar a produção, como CSN, Cargill e Vale, estão resistindo em participar dos leilões.
com a Folha de S.Paulo