Mantega diz que país enfrenta 'minicrise' e é preciso deixar poeira baixar.
atualizado | 26-08-2013 | 14:42:27 | JornaldoSurdo
O Brasil enfrenta uma "minicrise", com investidores esperando sinais de uma eventual redução dos estímulos econômicos nos EUA, mas a economia brasileira continua sólida, disse nesta segunda-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Em almoço com empresários, em São Paulo, Mantega disse que a atual turbulência do dólar não é boa para ninguém, mas afirmou que ela não afetou o fluxo cambial, nem as reservas internacionais do país.
"Temos que deixar a poeira baixar, e vamos usar nossos recursos para combater a volatilidade no câmbio", disse.
O ministro afirmou, ainda, que o governo está trabalhando para tornar as concessões atrativas ao setor privado, acrescentando estar aberto a modificações para melhorar o programa.
Na semana passada, Mantega reduziu a previsão de crescimento da economia brasileira neste ano para 2,5%, ante previsão de 3%.
Governo já tinha reduzido previsão, que começou em 4,5%
O governo já tinha reduzido suas contas sobre a expansão brasileira em 2013. A primeira previsão era de crescimento de 4,5% e, após inúmeros estímulos dados --como corte de tributos da folha de pagamento das empresas e de incentivos ao consumo--, a economia não decolou e a projeção foi rebaixada para 3,5% em abril.
Em julho, e já enfrentando os efeitos de uma crise de confiança dos agentes econômicos, a área econômica voltou a piorar a estimativa, reduzindo-a para 3%.
Em entrevista à agência de notícias Reuters, em meados de julho, o ministro Guido Mantega tinha indicado que essa projeção poderia cair ainda mais: disse que a economia poderia crescer entre 2,5% e 3% em 2013.
FMI, indústria, Banco Central e mercado esperam PIB ainda menor
No começo de julho, o FMI (Fundo Monetário Internacional) reduziu a previsão de crescimento da economia do Brasil de 3% para 2,5%. Em abril, a entidade já havia rebaixado a estimativa para o PIB de 3,5% para 3%.
Ainda assim, a previsão do FMI é maior do que a das instituições financeiras consultadas pelo BC para o Boletim Focus. Os analistas entrevistados falam em expansão de 2,21%.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também reduziu, no começo de julho, a previsão de crescimento da economia brasileira para 2%.
Ainda na onda de pessimismo com a economia do país, no fim de junho, o Banco Central rebaixou sua estimativa de alta do PIB: cortou de 3,1% para 2,7%.
Brasil cresceu 0,6% no primeiro trimestre
A economia brasileira cresceu 0,6% no primeiro trimestre de 2013 em relação ao trimestre anterior. Em relação ao primeiro trimestre de 2012, o crescimento foi de 1,9%. Em valores correntes, o PIB alcançou a marca de R$ 1,11 trilhão.
Os dados vieram abaixo do crescimento esperado pelo mercado (0,9%). Nos últimos meses, o governo não tem feito previsões sobre os indicadores econômicos para evitar críticas.
Com Reuters