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Dólar perde 3,23%, maior queda em quase dois anos,

Dólar perde 3,23%, maior queda em quase dois anos, e fecha em R$ 2,353


atualizado | 23-08-2013 | 17:22:02 | JornaldoSurdo


dólar comercial fechou em forte queda de 3,23%, a R$ 2,353 nesta sexta-feira (23), dois dias depois de ter subido a R$ 2,451 e batido recorde em quase cinco anos.

Foi a maior queda em um dia desde 23 de setembro de 2011, quando o dólar caiu 3,24%. Na semana, a moeda perdeu 1,78%. No ano, porém, a alta acumulada ainda é de 14,91%.

O BC anunciou na véspera que passará a fazer leilões de venda de dólares diariamente até o fim do ano. O programa começa a funcionar nesta sexta-feira (23), e deve se estender, pelo menos, até 31 de dezembro.

Nesse período, o BC pode injetar até US$ 60 bilhões no mercado. É a maior intervenção desse tipo desde o auge da crise internacional, em 2008. 

Pela manhã, o Banco Central já realizou um leilão de venda de dólares à vista com compromisso de recompra. O banco não informou a quantia movimentada pela operação.

Leilões em dias programados

De segunda a quinta-feira, o BC fará leilões de swap --equivalentes à venda de dólares no mercado futuro. Serão ofertados US$ 500 milhões por dia.

Já às sextas-feiras serão realizados leilões de linha --venda de dólar no mercado à vista com compromisso de recompra-- de até US$ 1 bilhão.

Outros leilões podem ser feitos se o BC considerar necessário, informou a autoridade monetária.

Medida não afeta reservas internacionais, diz BC

O BC destaca que, como são leilões de swap cambial e leilões de linha com compromisso de recompra, não haverá alteração nas reservas internacionais, que vão se manter estáveis. Só há "perda" de reserva se a autoridade monetária fizer leilões no mercado à vista, o que não acontece desde início de 2009.

Ontem, as reservas internacionais somavam US$ 373,559 bilhões, pelo conceito liquidez internacional.

Medida é bem recebida pelo mercado financeiro

A medida foi bem recebida por economistas do mercado financeiro, que afirmam que o programa reduzirá a instabilidade no mercado, mas dizem acreditar que a tendência do dólar é de alta em relação ao real.

Para o economista-chefe do INVX Global, Eduardo Velho, a medida mostra que o BC não quer utilizar a política monetária, elevando a taxa básica de juros, para conter a valorização do dólar no Brasil.

"O BC sinaliza com essa ação que ele não vai dar um choque monetário. Ele vai usar a política cambial para cobrir essa demanda", disse Velho.

Intervenções pontuais

A forte alta do dólar neste ano tem preocupado o Banco Central. No primeiro semestre, a moeda teve valorização de quase 9%; em julho, subiu mais 2,27%.

Em agosto, a moeda foi renovando valores recordes ao longo de vários dias, antes que o Banco Central começasse a intervir.

Alguns analistas disseram acreditar que os operadores estavam "testando" o limite do Banco Central --ou seja, forçando uma tendência de alta para descobrir qual é o patamar que o BC tolera antes de agir.

No dia 8, o BC realizou o primeiro leilão, equivalente à venda de dólares no futuro. No dia 9, foi promovido mais um leilão de venda de dólares no futuro.

No dia 15, foi realizado mais um leilão de venda de dólares no futuro, mas o dólar subiu mesmo assim. No dia 16, foram dois leilões, como parte de uma operação de rolagem de contratos que venceriam em 2 de setembro.

No dia 19, foram mais três leilões; um deles fazia parte da operação de rolagem, mas os outros dois foram tentativas mais pontuais de tentar frear a alta do dólar.

No dia 20, outros três leilões: dois de venda de dólares no futuro (um deles da operação de rolagem), e outro de venda de dólares no mercado à vista com compromisso de recompra. O dólar fechou em queda.

Nesta quarta, foram realizados mais dois leilões, ambos de venda de dólares no futuro --um deles faz parte da operação de rolagem dos contratos que vencem em 2 de setembro.


 

Com Reuters