Figueirense empata com o Bragantino e está na Série A do Campeonato Brasileiro.
atualizado | 30-11-2013 | 18:51:38 | JornaldoSurdo
Mesmo com empate em 1 a 1, Alvinegro comemorou o retorno à elite do futebol brasileiro.
A meta e luta de todos os times brasileiros é chegar à Série A, esta é a regra. Quando a Série A deseja ter um time, vem a exceção. E o Figueirense é ímpar: tem impresso em seu DNA a presença na elite e por ela é adulado e desejado. Poucos têm este privilégio que só é concedido pelos deuses do futebol os que nasceram com o dom especial de brilhar.
Então, o resultado não poderia ser outro: no momento em que só uma vaga ficou em disputa entrou pela brecha aquele time mais acostumado, mais abençoado, com mais futuro na elite, que lá ficará mais à vontade. O resultado do duelo com o Bragantino? Pouco importa o 1 a 1 que deu a classificação. Toda a história de glória tem momentos de tensão e heroísmo. No caso Alvinegro, está no hino: “Tua glória é lutar”. Lutou, empatou, contou com tropeços de Ceará e Icasa e fez a festa de quem tem o diferencial, a carteirinha divina na primeira divisão brasileira.
E grandes feitos começam com gostinho especial. Uma quase eliminação virou este quase milagre a partir de uma goleada histórica de 4 a 0 sobre o Avaí. Então mais três vitórias e dois empates deixaram o que estava longe das mãos ao alcance dos guerreiros de alvinegro. Esta arrancada partiu de um grupo de atletas que oscilou muito no rendimento, é verdade, mas a camisa alvinegra tem destas coisas: se preciso, entra em campo sozinha.
Se querer é poder, os atletas do Figueirense não só acreditaram que poderiam retornar, como perceberam que não só eles tinham esta certeza. Vestiram a camisa com honra e raça e esta lhes deu a sabedoria e destreza que pareciam inexistentes.
Havia um gigante a despertar, uma nação a assumir seu papel de protagonista
Então, os jogadores viram que não estavam sós: em sua torcida, seu maior patrimônio, houve uma imediata, consistente, retumbante e emocionante resposta de amor incondicional e de dedicação sem igual.
Milhares de alvinegros se deslocaram a Bragança de carro, de ônibus, de avião e, se preciso fosse, o fariam a pé para incentivar durante os 90 minutos. Estes estavam representando milhões que sofreram em suas casas e nas ruas da grande Florianópolis, espalhados por Santa Catarina e no mundo todo via internet.
Mas havia 90 minutos e um gol por fazer. Para jubilar a trajetória mágica era preciso jogar futebol. Tensão em alvinegro literalmente graças às cores do Braga. E com um minuto Mailson quase marcou, milímetros afastaram a eletricidade dos cabelos do meia da bola.
Quando é para ser... Carnaval antecipado Alvinegro começa com disparo de Éverton Santos e casquinha milagrosa de Maylson
E o Bragantino que entrou com um time misto, dentro de suas possibilidades até ameaçou. Mesmo com o domínio e o ímpeto alvinegro, o time da casa apareceu à frente com perigo, exigindo boas participações de Tiago Volpi.
Mas as estocadas do Figueirense eram verticais. Rafa Costa, aos 21, fez drible desconcertante e chutou para exigir ótima defesa de Rafael. Era um sinal. O lado esquerdo funcionava, e por ele Saci começou a construir o acesso. Fez grande jogada individual e, de sua iniciativa, de seu ímpeto, a bola passaria por Maylson para , no rebote, nascer a pintura de Éverton Santos.
Eram 29 minutos da primeira etapa quando Éverton Santos disparou, da entrada da área, o tiro certeiro rumo às redes. A bola ainda raspou a cabeça de Maylson, mas quando é para ser... o pequeno desvio só melhorou o roteiro. O atacante Éverton explodiu em alegria junto com os companheiros, junto com os quase quatro mil alvinegros no estádio, junto com a nação espalhada por todos os cantos do Brasil e do Planeta.
Magia Alvinegra, com “A” de Série A e defesa que vale um gol e gol adversário para testar cardíaco
Paulo Branchi, narrador da CBN/Diário, eternizou o “A” de Série A do Figueira quando do gol de Abimael em 2001. O “A” que está no DNA voltou a ser exaltado com emoção no gol e também numa defesa que valeu por um tento.
Uma vaga não depende somente de atacantes e goleadores. Precisa de um grande goleiro: Volpi, aos 41 minutos ainda da primeira etapa, fez o seu milagre, uma defesa de cinema, espetacular em cabeceio de Leo.
O resultado era magro, apenas abrira o caminho mas não dera tranquilidade. Haveria mais 45 minutos de luta. E antes do primeiro minuto da fase final quase o Bragantino marcou novamente.
Torcedores cardíacos começaram a ser preocupar em assistir ao restante da partida, não só pelo gol quase sofrido, mas pelo gol errado por Rafa Costa logo depois, aos três minutos.
E assim foi. Aproximações na área perigosas do Braga sempre com o atacante Nilson, tentativas constantes do Figueirense na maioria com Rafa Costa. Mas o Braga estava mais perigoso e chegou ao empate com Guilherme.
Quando o apito trilou, na raça, no sofrimento, na tensão, então Santa Catarina ofereceu ao Brasil o time que mais entende de Série A para figurar na vitrine. E o país vai recebê-lo com a naturalidade de quem já se acostumou com sua grandeza.
FICHA TÉCNICA
BRAGANTINO (1)
Rafael Defendi; Pacheco, Guilherme, Yago e Bruninho, Geandro, Graxa e Thiaguinho (Dudu); Gustavo, Léo Aro e Nilson (Cavalcanti).
Técnico: Marcelo Veiga
FIGUEIRENSE (1)
Tiago Volpi; André Rocha, Thiego, Nirley e Wellington Saci (Luan); Paulo Roberto, Rodrigo Souto e Maylson, Éverton Santos (Ricardinho), Pablo (Rivaldo) e Rafael Costa.
Técnico: Vinícius Eutrópio
Gols: Everton Santos (F), aos 29 minutos do 1º tempo. Guilherme (B), aos 29 minutos do 2º tempo.
Amarelos: Graxa (B) e Éverton Santos (F).
Arbitragam: Jailson Macedo Freitas, auxiliado por Marcio Eustaquio S Santiago e Rodrigo Pereira Joia