Em 2013, governo desonerou cesta básica, mas preços subiram.
atualizado | 11-12-2013 | 11:24:55 | JornaldoSurdo
Corte do PIS-Cofins dos produtos que compõem a cesta foi sancionado em julho, mas preços continuam pressionando a inflação
O principal objetivo das desonerações anunciadas era conter o avanço inflacionário num período em que a população começava a se dar conta da corrosão de sua renda (Ueslei Marcelino/Reuters)
Quando anunciou, em rede nacional, no Dia Internacional da Mulher, que a cesta básica teria desoneração dos impostos PIS e Cofins (cuja alíquota de 9,25% foi zerada), a presidente Dilma Rousseff afirmou que o corte de impostos seria, em breve, refletido nos preços. “Conto com os empresários para que isso signifique uma redução de pelo menos 9,25% no preço das carnes, do café, da manteiga, do óleo de cozinha, e de 12,5% na pasta de dentes, nos sabonetes”, afirmou a presidente em discurso, à época. O anúncio foi feito em março e a lei foi sancionada em julho. Mas, até agora, as reduções no bolso do consumidor se consumaram apenas nos casos do arroz, açúcar, feijão e óleo vegetal.
O principal objetivo das desonerações anunciadas era conter o avanço inflacionário num período em que a população começava a se dar conta da corrosão de sua renda, sobretudo com a disparada dos preços do tomate — que, apesar de não pesar no IPCA, era o alimento que tornava a inflação mais visível. O próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu, à época, que o freio na alta dos preços era a verdadeira razão dos cortes. Só mesmo o desespero tardio com a inflação explicava o fato de a presidente Dilma ter vetado essas mesmas desonerações quando propostas pelo PSDB, um ano antes.
O fato é que os meses correram, mas a maior parte dos preços dos alimentos continua em alta, ainda que haja desaceleração. O IPCA de novembro ficou em 0,54%, abaixo dos 0,57% registrados no mês de outubro. No acumulado do ano até novembro, a variação foi de 4,95%, inferior à taxa de 5,01% registrada em igual período de 2012. Em 12 meses, também há desaceleração, já que o índice de novembro ficou em 5,77%, abaixo do verificado nos 12 meses terminados em outubro, de 5,84%. Nesse período, a inflação dos alimentos também teve desaceleração. O item alimentação avançou 0,56% em novembro, ante 1,03% em outubro. Contudo, a queda prometida com as desonerações ainda não teve impacto no bolso da população. Confira a oscilação dos preços de alguns produtos que compõem o IPCA — e a cesta básica.
Desonerações não aliviam o bolso
Alimento Variação em 2013*
Carne 2,19%
Leite 23,02%
Feijão -11,46%
Arroz - 5,68%
Farinha 30,47%
Batata 10,69%
Tomate 10,34%
Pão 14,22%
Café 11,03%
Açúcar -9,9%
Óleo -17,31%
Margarina 2,7%
Ovo 10,13%
Pescados 4,65%
*entre janeiro e novembro
Fonte: IBGE