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Após espionagem, Brasil reforça segurança de dados

Após espionagem, Brasil reforça segurança de dados e convoca embaixador do Canadá.


atuallizado | 07-10-2013 | 15:36:25 | JornaldoSurdo



Para a presidente Dilma Rousseff, a espionagem "atenta contra a soberania das nações" e age em busca de informações econômicas e estratégicas do Brasil.

A presidente Dilma Rousseff determinou nesta segunda-feira que o governo federal intensifique a segurança de equipamentos responsáveis por armazenar informações estratégicas e modernize as tecnologias que atualmente protegem dados importantes em poder do Executivo. A medida ocorre depois das revelações de que o Ministério de Minas e Energia foi alvo de um esquema de espionagem internacional, desta vez com atuação direta da Agência Canadense de Segurança em Comunicação (Csec). 

No campo diplomático, a presidente exigiu explicações formais do governo do Canadá. O embaixador canadense Jamal Khokhar foi ouvido pelo ministro de Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo. De acordo com o Itamaraty, o chanceler brasileiro classificou a espionagem como “grave e inaceitável violação da soberania nacional e dos direitos de pessoas e de empresas”.

A ofensiva do governo brasileiro em defesa de informações internas estratégicas ocorre após nova revelação de que o Ministério de Minas e Energia teria sido alvo de espionagem internacional. Até o momento, o governo brasileiro tinha conhecimento da existência de um esquema de monitoramento clandestino feito pela Casa Branca envolvendo a presidente Dilma e a estatal Petrobras. As novas informações, veiculadas pelo Fantástico, da TV Globo, tratam da atuação de órgãos de inteligência canadenses e foram divulgadas em documentos vazados pelo ex-agente Edward Snowden, que atuou na Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA).

“A denúncia de que Ministério Minas e Energia foi alvo de espionagem confirma as razões econômicas e estratégicas por trás de tais atos. A espionagem atenta contra a soberania das nações e a privacidade das pessoas e das empresas”, disse a presidente por meio de sua conta oficial no Twitter. “Embora o ministério tenha bom sistema de proteção de dados, determinei ao ministro Lobão rigorosa avaliação e reforço da segurança desses sistemas”, completou Dilma.

De acordo com a presidente, o novo monitoramento indica que os canadenses buscavam informações sobre a área de mineração. Para a presidente, existiriam indícios de que os dados da NSA são acessados não apenas pelos Estados Unidos, mas pelas demais nações que compõem o chamado “Five Eyes” (Cinco Olhos, em português): Inglaterra, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.

“É urgente que os EUA e seus aliados encerrem suas ações de espionagem de uma vez por todas. Isso é inadmissível entre países que pretendem ser parceiros. Repudiamos a guerra cibernética”, disse a presidente.

Em nota, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que a pasta conta com sistemas “seguros” de proteção de dados, mas explicou que será feita uma “rigorosa avaliação e reforço desses sistemas” e levantadas informações sobre “o que possa ter sido objeto de espionagem”.


 

com a Veja