Alta do dólar não inibe consumo de produtos importados no Brasil.
atualizado | 22-11-2013 | 11:23:06 | JornaldoSurdo
SÃO PAULO - Mesmo com a queda do Real perante ao Dólar dos Estados Unidos, os brasileiros continuam comprando produtos importados, informou o CEI (Coeficientes de Exportação e Importação) divulgado na última quinta-feira (21) pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Entre julho e setembro deste ano, a demanda doméstica cresceu 4,1%, porém, deste total, apenas 17,6% foi absorvido por produtos nacionais. A grande fatia, de 82,4%, foi dominada por produtos fabricados fora do País.
Segundo o diretor do Derex (Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior), Roberto Giannetti, o efeito da desvalorização da moeda brasileira - que passou de R$ 1,99 para cada US$ 1 - não afetou o CI (Coeficiente de Importação), já que se leva cerca de seis meses para os consumidores sentirem os efeitos de uma mudança cambial na economia.
“Mais importante que isso, porém, é que o ganho de competitividade da moeda brasileira não ocorreu em relação às moedas de outros países com os quais o Brasil possui grande volume de comércio”, explica Giannetti. “China, Japão e outras nações asiáticas e sul-americanas também sofreram depreciação de suas moedas perante o dólar americano. Houve, portanto, uma desvalorização geral e no mesmo período, o que roubou a competitividade da indústria brasileira.”
O diretor também ressalta que o cálculo dos coeficientes não considera o efeito preço, ou seja, as variações no valor das exportações e importações. Por isso, o déficit comercial registrado no ano não interfere nos resultados da análise.
O CI da indústria geral brasileira fechou o terceiro trimestre de 2013 em 24,7%, valor ligeiramente abaixo do registrado nos três meses imediatamente anteriores (24,8%). No entanto, na comparação interanual, o indicador manteve a trajetória de expansão, com um acréscimo de 2,44 p.p.
O CE (Coeficiente de Exportação), por sua vez, mantém uma tendência de estabilidade em bases anuais. Já na comparação com abril a junho deste ano, o indicador fechou o período com diferença negativa de 0,5 p.p., passando de 21% a 20,5%.
De acordo com a análise do Derex, parte dessa redução marginal pode ser atribuída à acomodação da indústria, após o forte desempenho do setor no segundo trimestre deste ano.
com o Infomoney